segunda-feira, 9 de novembro de 2009

POLÍTICAS PÚBLICAS - EDUCAÇÃO INCLUSIVA

As políticas públicas voltadas para as pessoas com necessidades especiais têm gravitado, quase sempre, em um campo contestado, muito disputado, à semelhança do que vem ocorrendo, por exemplo, nas áreas referentes às questões de gênero e de raça, nas quais o Estado e a sociedade civil entram em disputa, no que tange à formulação do problema e à implantação de políticas pertinentes.
 
A educação especial, sob a forma de educação inclusiva, tem sofrido impactos e restrições que vêm dificultando a concretização de seus princípios e pressupostos.
 
O tratamento dispensado às pessoas que possuem algum tipo de deficiência física, sensorial e mental evoluiu, principalmente, nos países desenvolvidos, passando da administração de “cuidados asilares”, ao reconhecimento do direito à educação, à reabilitação, à seguridade social, ao trabalho, ao transporte, ao lazer e à cultura. (Mazzotta, 1996)

No Brasil, os investimentos na implementação de serviços e programas de atendimento às necessidades individuais e específicas da coletividade têm sido insuficientes e inadequadas.
 
As Diretrizes Curriculares para a Educação Especial (Resolução do C.N.E, n. 2, 2001) representam um progresso na definição das Políticas para a Educação Inclusiva e nas propostas para a sua operalização.
 
Conforme Mazzotta (1996), muitos pesquisadores têm feito críticas às políticas do Ministério da Educação para a Educação Especial.  Elas distanciam, essa modalidade de educação, do campo da pedagogia, aproximando-a da área específica da psicopedagogia de viés clínico, relegando componentes administrativos e disciplinares, imprescindíveis ao trabalho escolar. Para o autor, o enfoque conferido, reduz a ação educacional aos paradigmas didáticos.

Sabemos que promover a inclusão, não significa, apenas, permitir que o aluno especial adentre em uma escola regular, mas, principalmente, garantir que lhe sejam dadas condições de aprendizagem, desenvolvimento social, cognitivo e afetivo, por ele ser sujeito de direitos e cidadão. (Cury, 1999)

Conclui-se que para que uma escola se torne, verdadeiramente inclusiva, é preciso que seus professores sejam motivados, envolvidos com o novo paradigma da inclusão e, sobretudo, capacitados para dar conta de atender às diversidades, às necessidades de seus alunos especiais, para que eles não fracassem na escola e na sociedade.



Bibliografia:

CURY, C. R. J. Direito à diferença: um reconhecimento legal. Educação em revista. Belo Horizonte, n. 15, 1999.

MAZZOTA, M. Educação Especial no Brasil: história e políticas públicas. São Paulo: Cortez, 1996.



4 comentários:

  1. Colocar o deficiente em sala de aula é fácil, difícil é encontrar no momento profissionais capacitados para realizar esse trabalho.

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  2. Pois é Marilza...
    Agora imagina só se o aluno é totalmente grave, não fala, não anda, não come sozinho, não faz as tarefas, ou pior, e se ele for agressivo??? Qual o papel do professor nessa hora?
    Afinal segundo a Lei, "todos" os alunos devem ser incluídos na escola regular!
    Será realmente que a escola está preparada para receber os alunos mais graves?
    E os professores? Receberam orientação e capacitação para lidar com estes alunos?

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  3. É meninas acredito que a Educação Inclusiva está muito bem garantida legalmente, agora o que está faltando para realmente colocá-la em prática é pensar nas adaptações que os sistema de ensino devem fazer. E nessas adaptações devem estar inclusas, principalmente a formação e o apoio necessário para o professor poder atuar adequadamente e ser mmuito importante e significativo na vida escolar desses alunos que são tão especias.

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  4. Desculpem a minha fala, mas é muito honesta e de professora que atuou com Educação Especial. Mas, se formos esperar tudo ficar pronto, será que algum dia veremos a Inclusão? Todas as mudanças começam com falhas, com nosso despreparo mesmo, com descasos do gestores políticos e administrativos, os grandes resultados vem de lutas e de diálogos.

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